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mar 06 2014

Petrobras abre números e tenta despertar otimismo

RENATO RIELLA

A Petrobras, cujas ações na bolsa têm caído sensivelmente, garante que a produção de petróleo do Brasil crescerá 7,5% este ano. Explica que tivemos em 2013 a inédita conclusão de nove plataformas de exploração de petróleo, adicionando mais de um milhão de barris por dia de capacidade de produção, o que é sem dúvidas muito bom.

Essas informações estão em nota divulgada à população, nos jornais de hoje, em tom otimista, contrabalançando os dados dos últimos meses, que mostram a empresa em queda de produção, com déficit na sua balança comercial, ações em queda, dívida a longo prazo equivalente à metade das reservas externas brasileiras, etc.

O comunicado destaca que, em 2013, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 23,6 bilhões, 11% superior ao de 2012. Realmente, esta divulgação feita nas últimas semanas gerou grande surpresa e, apesar das alegadas manipulações contábeis, ainda assim foi um ótimo resultado.

Há sempre denúncias de que o PT inchou artificialmente o quadro de pessoal da Petrobras. A presidente Graça Forster realmente tem lutado contra isso e informa que o Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV), voltado aos funcionários com mais de 55 anos, pode gerar a demissão de 10% do efetivo atual da empresa.

A Petrobras reconhece que, em 2013, a produção de petróleo e gás natural foi de 2.539 mil barris/dia, 2% abaixo da de 2012. Mas explica que as majors, outras grandes empresas produtoras do mundo, também tiveram queda de 2%. A empresa diz mais ainda, que, entre 2006 e 2013, sua produção cresceu 11%, enquanto as majors caíram em 6%.

A nota de hoje destaca o funcionamento de duas novas unidades de produção, Cidade de Ilhabela e Cidade de Mangaratiba, que terão efeito importante no desempenho em 2014.

Vale a pena observar este trecho da nota, de cunho mais técnico:
-A Petrobras teve aprovado pelo Conselho de Administração (CA), em 25 de fevereiro de 2014, o seu Plano Estratégico – Horizonte 2030. Ao analisar o ambiente de negócios no mundo (shale, gás, tight oil e outras fontes fosseis e renováveis), além das mudanças do marco regulatório brasileiro, com a criação dos regimes de Cessão Onerosa e Partilha, entre outras informações, a nossa Companhia pavimenta seus caminhos para produzir, em média, 4 milhões de barris por dia de petróleo de 2020 a 2030.

Na sequência do texto, a Petrobras afirma que o Brasil se posicionará, até 2030, “entre as cinco maiores empresas integradas de energia do mundo”.

Em 2018, o Pré-Sal representará 52% da produção de petróleo do Brasil, com 3,2 milhões de barris/dia.

Comentário do BLOG: pelo visto, toda a esperança brasileira em matéria de petróleo baseia-se no Pré-Sal, onde as expectativas são maravilhosas.

No entanto, devemos ficar atentos e preocupados, pois a exploração de petróleo em limites de até sete quilômetros abaixo do nível do mar exige tecnologia ainda não dominada plenamente.

O risco de acidentes será permanente e, mais do que nunca, teremos de provar que Deus é brasileiro. Havendo, tragicamente, algum grande vazamento de petróleo em alto mar, as reações internacionais serão significativas.

Este é o quadro da Petrobras, fantástico – mas perigoso. Quando a empresa vem a público, apresentando números e metas corajosos, abre-se ao debate num ano eleitoral. E haja discussão!

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