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jun 02 2014

PRISÃO DE PAULO OCTÁVIO É A SURPRESA DA NOITE

RENATO RIELLA

Diversas fontes confirmam que o empresário Paulo Octávio foi preso hoje à noite e levado para a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado de Brasília(Deco), no SIA.

O Ministério Público havia pedido essa prisão em novembro, quando os administradores regionais de Águas Claras e Taguatinga foram presos, mas na época a Justiça manteve o ex-governador livre, apenas chamando-o para prestar depoimento à Polícia Civil.

Hoje, no início da noite, ele finalmente foi recolhido. O Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do DF (Gaeco) e promotores criminais de Taguatinga cumpriram o mandado de prisão expedido pelo juiz Wagno Antônio de Sousa, da 2ª Vara Criminal de Taguatinga.

Paulo Octávio é acusado de envolvimento num esquema de pagamento de propina para liberação de alvarás de construção e foi denunciado por corrupção ativa e falsidade ideológica em documento público.

Em novembro do ano passado, a chamada Operação Átrio levou à prisão os administradores de Taguatinga, Carlos Jales, e de Águas Claras, Carlos Sidney, acusados de receber propina em troca da liberação de alvarás de funcionamento para construções que não atendiam às exigências legais.

Nas últimas semanas, esteve em evidência o Shopping JK, inaugurado por Paulo Octávio na fronteira entre Taguatinga e Ceilândia, no mês de dezembro passado, e que funciona até hoje de modo irregular, sem Habite-se.

De acordo com o CorreioWeb, o ex-governador responde por falsidade ideológica, porque, segundo o MP, sua empresa teria apresentado uma planta com vagas fictícias de estacionamento.

O diretor da Polícia Civil, Jorge Xavier, confirmou a prisão, mas não deu detalhes sobre as acusações.

Paulo Octavio teria sido preso num dos hotéis dele, localizado no centro de Brasília.

De Paris, o advogado do ex-vice-governador, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse ao site G1 ter sido informado da prisão, mas afirmou que também não sabia o motivo.

Num primeiro momento, chegou-se a pensar que a prisão teria ligação com a Caixa de Pandora, que envolve também o ex-governador José Roberto Arruda, mas este processo ainda está em fase preparatória e carrega acusações muito mais graves.

Dentro da Operação Átrio, há outros empresários também acusados da manipulação de alvarás e espera-se que ocorram outras prisões.

No caso de Paulo Octávio, nos últimos dois meses, ele vinha mantendo queda-de-braço com o Ministério Público por causa do Shopping JK e até conseguiu a demissão do administrador regional de Taguatinga, que estava questionando as irregularidades dessa construção.

Embora cercado de processos críticos, Paulo Octávio tenta mostrar que nada vai lhe acontecer. Até se destacou, na semana passada, ao promover entrega de prêmios a jornalistas expressivos da cidade, num concurso que levou o seu nome.

Certamente esse tipo de comportamento funcionou como provocação e deve ter acelerado as providências da Justiça e do Ministério Público contra ele. Coube aos jornalistas premiados o papel de solidariedade prévia ao empresário acusado na Justiça.

Agora, de Paris, o advogado Kakai fará tudo para tentar relaxar essa prisão, que já foi noticiada nos principais veículos nacionais e certamente vai gerar incerteza junto aos empreendedores que compraram imóveis comerciais à empresa Paulo Octávio.

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