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out 22 2017

QUATRO HISTÓRIAS DE DELFIM, PARA COMPARAR COM OS MERDAS QUE EXISTEM HOJE

No meio de tanta gente medíocre, hoje lembrei de um gênio, que está velho, mas continua pensando muito: Delfim Neto.

Amante da Matemática Pura, foi o homem forte da economia durante a ditadura, cheio de histórias surpreendentes.

Por exemplo, era retratado de forma dura pelo chargista do Correio Braziliense, o legendário Lopes, na década de 70. Um dia, Delfim ligou para o desenhista na redação. Foi aquele susto.

-“Lopes – disse o poderoso ministro – gostaria de ter a honra de guardar o original das suas charges sobre a minha pessoa”.

Claro que o chargista, orgulhoso com o pedido, mandou os desenhos em nanquim para o arquivo do poderoso, passando a ter imagem mais humana do ministro.

Delfim foi incrível. Um dia, esteve no Congresso, sabatinado por dezenas de deputados. Deu um show, projetando números que sua equipe nunca tinha conhecido. Na volta para o ministério, um assessor perguntou de onde havia tirado tantos dados. Resposta:

-Projetei na hora. Nenhum deles tem capacidade de contestar – e riu!

É célebre o encontro dele com o famosíssimo Renato Russo. Delfim havia acabado de assumir o Ministério da Agricultura e não conhecia nada do setor. Seu forte era a área de Fazenda.

Na primeira entrevista coletiva, estava lá o roqueiro brasiliense, que fazia bico de repórter para uma rádio. Irreverente, Renato lançou uma pegadinha:

-Ministro, o senhor sabe como se planta chuchu?

Resposta: “Não sei e não gosto de chuchu”.

Delfim nunca perdia o rebolado. E sempre teve imenso fã-clube. Me explicaram como ele mantinha tanta gente apaixonada por sua pessoa.

Foi o então ministro do Trabalho, Murilo Macedo, que me contou. Murilo tinha assumido antes a presidência do Banespa e fez mudanças em diversas áreas do banco.

Um dia, recebeu um telefonema da Europa, do Delfim, que era embaixador do Brasil na Inglaterra e, anteriormente, fora também presidente do Banespa. Delfim disse:

-Murilo, você acaba de demitir seu Zé, um antigo funcionário da portaria. Gostaria de vê-lo de volta ao trabalho. Me faça este favor.

Murilo atendeu e tentou entender. Amigos íntimos de Delfim explicaram: “Ele nunca abandona gente que passou por sua vida. Mantém ligação com uma imensa legião de companheiros”.

Portanto, quando você falar de Jucá, Renan, Rodrigo Maia, Gleise Hofman, Valdemar Costa Neto…lembre de Delfim. O Brasil já teve gente melhor no poder. (RENATO RIELLA)

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