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nov 28 2012

ROSE PODE ABALAR A REPÚBLICA

RENATO RIELLA

Se o Brasil fosse os Estados Unidos, muita carreira política de grande porte teria acabado por excessos sexuais. Mas aqui, não! Aqui a imprensa (e a própria sociedade) é solidária e não costumam ocorrer situações como a de Clinton, enredado com uma estagiária gordinha, ou mesmo o drama desses generais atuais, heróis de guerra, repentinamente fulminados por namoricos.

Mas será que as coisas estão mudando no Brasil? Ou está mudando a forma com que a imprensa via antes o grande líder Lula? O certo é que crescem as especulações sobre o relacionamento do ex-presidente petista com a super-assessora Rosemary Noronha, detonada pela Polícia Federal.

Não se iludam. Hoje e nos próximos dias, todos os grandes repórteres estão destacados para apurar esse caso (sem duplo sentido, ainda).

Rosemary tem um nome apropriado para escândalos. Como chefona do escritório da Presidência da República em São Paulo, desafiava todos os poderes, todas as forças políticas, em nome da sua ligação, digamos, muito exagerada com o presidente e depois ex-presidente Lula.

A super-Rose incomodava inclusive a presidente Dilma Rousseff e era rival declarada da então primeira-dama Marisa Silva, que revezava com ela a participação em viagens internacionais (ou uma, ou outra, para não dar curto-circuito).

Imaginem como vão sair as revistas de fim de semana! Vejam o Facebook, como avança a cada minuto nesse episódio, de forma desrespeitosa, levando-se em conta que ainda não vazou nenhum detalhe sobre as gravações de Lula com Rosemary. Será que são picantes?

O assunto é sério e envolve interesses de Estado mais efetivos do que aqueles relacionados com os generais americanos, abalados no poder mesmo sem a comprovação de qualquer tráfico de influência. Aqui, não! Houve durante anos tráfico de influência, coordenado pela tal Rose e hoje comprovado pela Polícia Federal.

Não se assustem se este se transformar no maior escândalo do período democrático brasileiro. A não ser se o material recolhido for administrado de forma cuidadosa pelas autoridades diversas, limitando-se ao que já saiu. Mas e os repórteres? Não subestimem essa garotada, que hoje já não segura a barra de ninguém. Hoje a imprensa não se deixa enganar por nenhum mito.

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