É imprevisível saber o que acontecerá com a Operação Lava Jato, que apura a roubalheira na Petrobras, quando surgirem os nomes de grandes políticos envolvidos. O que se sabe é que, nessa fase, caberá ao Supremo Tribunal Federal fazer os julgamentos.
Por enquanto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aguarda receber a delação premiada do doleiro Alberto Youssef para avaliar se pedirá ao STF abertura de inquérito contra os parlamentares federais que participaram de atos de corrupção.
Janot considera que o conteúdo das delações de Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa contém indícios para justificar o prosseguimento das investigações. O envio pode ocorrer nos próximos dias.
Youssef prestou o último depoimento de delação à Polícia Federal em Curitiba nesta semana. Por citar nomes de parlamentares que receberam dinheiro do esquema de corrupção oriundo de recursos da Petrobras, cabe ao Supremo autorizar a investigação, devido ao foro privilegiado. Os demais crimes serão investigados pela Justiça Federal em Curitiba.
A delação ainda precisa ser homologada pelo ministro Teori Zavascki, responsável pela investigação da Lava Jato no Supremo.
Em outubro, em depoimento à Justiça Federal, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, disse que PP, PT e PMDB eram beneficiados com recursos de contratos superfaturados da estatal. Segundo o ex-diretor, empreiteiras repassavam 3% do valor de contratos superfaturados aos três partidos.