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dez 10 2017

Roubos de carga ameaçam entrega de compras de Natal no Rio

cargas

O varejo se prepara para um bom Natal após dois anos de crise. Mas a recuperação da economia e o aquecimento das vendas são sinônimos de preocupação para o setor que, para dar conta do crescimento da demanda, precisa superar desafios de infraestrutura e logística, em um cenário de disparada dos roubos de carga. Esse tipo de crime, cada vez mais frequente no Rio, compromete a distribuição e a entrega de produtos.

Este ano, houve 8.508 roubos de carga, entre janeiro e outubro, uma alta de 14,3% em relação ao mesmo período de 2016. Segundo um levantamento feito pela empresa de logística Intelipost, com base em cinco milhões de pedidos processados nos últimos três meses, 12,9% das entregas via Correios precisaram de alguma medida adicional de segurança, como escolta armada ou carro especial. O percentual é muito maior do que a média nacional: no país, a fatia de entrega diferenciada é de 1,6%.

De acordo com consultorias, a Via Varejo, para minimizar o risco dos desvios de produtos, está ampliando a frota própria e abastecendo os centros de distribuição. A Magazine Luiza está deixando de entregar pedidos online para o Rio. Outras redes vêm ampliando o sistema de compre na web e retire na loja. Para especialistas em logística, a integração das plataformas online e offline tem aparência de inovação, mas ajuda o varejo a cumprir as metas de venda.

 

Segundo Alessandro Gil, diretor de experiência da VTEX, plataforma de e-commerce, o serviço mais procurado para lidar com os problemas de logística é o de geolocalização e restrição de entregas:

— Muitos varejistas têm um preparo logístico interno para fazer esse remanejamento de mercadorias entre centro de distribuição e loja. Restringir o modal (meio) de entrega é outra opção, usando motoboy, por exemplo. Ou ainda restringir produtos: em determinadas regiões, entregam-se livros, mas não geladeiras.

Jorge de Lima, técnico de tecnologia da informação, de 42 anos., teve problemas para fazer suas compras na Zona Norte carioca.

“Tentei fazer a compra de um monitor novo na loja virtual do supermercado Carrefour. Informei o endereço de entrega da minha casa, em Vila Isabel, na Zona Norte, mas o CEP foi recusado como fora da área de entrega da loja. Tentei a entrega no endereço da empresa onde trabalho, no Centro do Rio. Mas, para minha surpresa, também foi recusado, apesar de ser o centro financeiro da cidade. Achei estranho se recusarem a entregar no Castelo. Liguei, então, para perguntar qual o problema, e a atendente me informou que, em alguns lugares, eles não fazem entregas de produtos comprados pela internet. A última tentativa foi utilizar o endereço da minha sogra, que mora na Avenida Maracanã, na Tijuca, a dois quilômetros da minha casa. O CEP da residência dela foi aprovado na hora, mas com a cobrança de uma taxa de entrega de R$ 20 e um prazo de 15 dias. Eu sempre compro produtos pela internet, e essa foi a primeira vez em que encontrei uma restrição tão severa”.

 

Os lojistas buscam acordos com as transportadoras especializadas para diminuir os impactos e, em muitos casos, comunicam aos consumidores prazos maiores do que o normal, devido à grande demanda.

O Rio de Janeiro é realmente uma exceção no momento. Os lojistas já investem valores de fretes mais altos para arcar com seguros. Porém, invariavelmente, os problemas de segurança acabam por provocar atrasos na entrega, e isso reduz a credibilidade.

As restrições de entregas são medidas adotadas pelas transportadoras, e não pelos lojistas. As transportadoras criam tais restrições para assegurar que as mercadorias estejam mais protegidas, evitando furtos e roubos em determinadas localidades. Para os consumidores que arcam com o valor do frete esperando receber as mercadorias em suas casas, é frustrante.

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