RENATO RIELLA
A tragédia de Santa Maria continua sendo o grande assunto do Brasil, monopolizando as atenções até o próximo fim de semana, quando as revistas nacionais disputarão o enfoque mais original sobre o tema.
No Correio Braziliense de hoje, a colunista Denise Rothenburg exprime o sentimento nacional, fator de cobrança de todos os governantes, ao afirmar:
-“É preciso fechar as casas noturna que descumprem as normas? Sim, especialmente as que não seguem regras básicas de segurança (e olha que as normas atuais são falhas). E só deixar abrir as que cumprirem tudo ipsi litteris. É isso. Então, mãos à obra. O que estão esperando?”
Ela exprime a voz corrente. Todos os outros comentaristas trabalham nesse mesmo tom. Qualquer pequeno incidente que ocorrer no próximo fim de semana vai crucificar prefeitos ou governadores pelo Brasil afora.
El lugares como o Rio de Janeiro, por exemplo, é preciso preocupação com os bailes populares (funk) e até os ensaios de escolas-de-samba, tradicionalmente feitos em locais sem qualidade, muitas vezes sob improvisos variados e em locais de difícil acesso para o Estado.
No que se refere às boates instaladas em áreas tradicionais das grandes cidades, inclusive Brasília, há também intensa fiscalização da imprensa, com revolta diante de liminares oferecidas pela Justiça para o funcionamento de estabelecimentos deficientes em matéria de segurança.
Os governantes devem se posicionar sobre isso, buscando formas de driblar as liminares. Essas boates não podem funcionar neste fim de semana se não estiverem perfeitas. Caso contrário, o risco será elevado para governadores e prefeitos.
Santa Maria é, neste momento, uma espada pendente sobre a cabeça de cada governante brasileiro. Não dá para flexibilizar nada durante longo tempo, sob pena de penalização grave.
Está faltando também, no noticiário oriundo dos governos estaduais, a divulgação de novas normas sobre o uso de materiais em locais públicos fechados. É inacreditável que uma boate possa usar material altamente combustível no seu teto, mas devemos prever que diversos ambientes no Brasil mantenham isolantes acústicos semelhantes.
Da mesma forma, faltam normas bem divulgadas que impeçam o uso de fogo em ambientes fechados. São situações que os brasileiros esperam ver contempladas pelos governos estaduais e prefeituras.
