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abr 07 2015

SINTO MUITO, MAS HOJE TODO MUNDO ESTÁ FAZENDO JORNALISMO

RENATO RIELLA – JORNALISTA

Sou Renato Riella, de Brasília, jornalista profissional há quase 50 anos, Prêmio Esso Nacional (Caso Mário Eugênio), 66 anos. Vivo e viverei até o fim da vida de escrever, no Blog do Riella, revistas brasilienses, projetos de comunicação, Facebook, etc.

Tenho segurança de dizer que, a partir de agora, todo mundo pode ser jornalista.

Acabo de acompanhar um grave acidente em área nobre de Brasília, onde pai e filho morreram em conseqüência de um raio. No momento em que o acidente ocorreu, já havia cobertura em tempo real no Facebook, com fotos, acompanhando o caso. A chamada imprensa eletrônica levou horas para entrar no assunto. Muitos dos “repórteres” dessa tragédia não eram jornalistas: apenas vizinhos.

Corte para outro tema: há blogueiras de moda hoje, poderosas, que não são jornalistas. E informam e orientam muito bem.

Outro corte: um dos melhores materiais de economia do Brasil vem da consultoria Empiricus. Por causa do Blog do Riella, recebo este material diariamente, produzido por não-jornalistas. Desculpem dizer, mas é mais interessante (e polêmico, e corajoso) do que qualquer publicação jornalística especializada em Economia. E são economistas, que escrevem incrivelmente bem!

E assim vai. Haverá sempre espaço para Jornalistas, nas coberturas de campo, tanto num grave acidente, como numa CPI, ou num jogo de futebol.

No entanto, mesmo no esporte, não-jornalistas poderão ocupar espaço, se tiverem boa redação (ou locução) e se conseguirem se comunicar bem com o público. Ex-atletas viram ótimos jornalistas esportivos, por exemplo, mesmo que não saibam que o ser humano tem dois pulmões (caso real, com o famoso Neto).

Em resumo, daqui pra frente, haverá de forma crescente uma convivência (não uma disputa) entre o jornalismo feito por qualquer um e o jornalismo feito tecnicamente por Jornalistas.

É a realidade do mercado. Na longa vida, já tive cerca de 100 atividades com características de emprego. Passei por tudo e por todos. Com tanta experiência, digo que, hoje, minha principal fonte de informação é o Facebook.

No entanto, ressalvo, tenho no meu grupo de Face mais de quatro mil companheiros inteligentes, que fui acumulando em três anos de convivência eletrônica.

Mesmo com este time fantástico de faceboquistas, ainda leio jornais e sites (UOL, G1), por vício antigo, mas quase não me acrescentam nada.

Na verdade, estão sempre atrasados e sem capacidade crítica diante do mundo maluco em que vivemos.

Outro dia, no Face, falei que havia lido inteiramente a maior revista brasileira. E comentei: NADA. Era apenas um clipping bem editado sobre o noticiário da semana. Por isso os meios eletrônicos ocupam espaço.

Portanto, quem quiser estudar Jornalismo que encare essa concorrência salutar. Todo mundo pode fazer comunicação, mesmo que seja com um pequeno celular.

Qualquer um faz, hoje, Jornalismo, Cinema, Humor, Crítica, etc – e se o produto for bom, vai ser compartilhado por milhões…

(7 de Abril – Feliz Dia do Jornalista a todos os colegrinhas)

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