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nov 21 2014

SOCORRO! QUASE METADE DOS SERVIDORES DA SAÚDE ESTÃO FORA DE COMBATE

 RENATO RIELLA

A Saúde do DF tem cerca de 48% dos seus profissionais afastados do trabalho. Tecnicamente, isso se chama absenteísmo, fenômeno denunciado pelo presidente do Conselho de Saúde do DF, Helvécio Ferreira. Ele aponta prejuízo anual ao GDF de R$ 450 milhões por esta deficiência no setor de recursos humanos.

Se for somado o “presenteísmo” (trabalhador presente, mas sem atuar a contento), podem ser incluídos mais 15% de servidores sem função no atendimento à população.

Helvécio vem reclamando, portanto, diante da situação gravíssima, pela qual cerca de 63% dos trabalhadores da Saúde do DF não estão permanentemente à disposição da sociedade, que enfrenta filas e adiamentos constantes no atendimento, com mortes e sofrimentos variados.

Esta é a situação dramática que o futuro governador Rodrigo Rollemberg irá encontrar. A crise só poderá ser superada com um novo projeto de gestão na Saúde.

 

CONSELHO DE SAÚDE FAZ ALERTAS

Helvécio preside o Conselho como representante dos trabalhadores do setor, pois é presidente da Associação dos Profissionais de Saúde do DF (Clube da Saúde).

O Conselho de Saúde do DF tem feito seguidas reuniões para abordar a crise do setor (hoje mesmo há uma reunião extraordinária). Helvécio se surpreende de ver questões assustadoras sendo discutidas sem que a imprensa se interesse em acompanhar os debates, que “dariam manchetes de primeira página”.

Na semana passada, o Conselho autorizou a Secretaria de Saúde a remanejar R$ 80 milhões do orçamento, para cobrir despesas de fim de ano com insumos, medicamentos, Sanole, outros prestadores de serviços, etc.

Helvécio alerta que há contratos importantes sendo encerrados em 31 de dezembro. Se o governo de transição não se antecipar, atendimentos nas áreas de Cardiologia e Nefrologia, por exemplo, serão suspensos em janeiro.

Para o presidente do Conselho do DF, deve haver mesmo preocupação com atestados falsos, que tiram profissionais de Saúde do trabalho.

No entanto, ele alerta que um problema mais grave é a falta de assistência aos próprios funcionários, que não têm plano de saúde e encontram dificuldade para obter atendimento nas unidades onde atuam.

 

DOENÇAS GRAVES ATINGEM PROFISSIONAIS

Um problema gravíssimo á a incidência de doenças mentais entre os profissionais de todos os níveis. Há algum tempo, o Clube da Saúde fez ampla pesquisa em todas as unidades do DF. Revelou-se que 14% dos profissionais da Saúde no DF declararam-se portadores de doenças mentais crônicas, como depressão ou ansiedade.

Muitas vezes, valendo-se do acesso a medicamentos, eles tomam remédios que geram dependência química e agravam seus problemas. Assim, o absenteísmo aumenta e o atendimento fica carente de médicos, enfermeiros e outros profissionais.

Outro problema gravíssimo do governo Rollemberg será a aposentadoria de quase um terço dos servidores da Saúde do DF até 2017. São cerca de 10 mil profissionais que atingem o tempo de aposentadoria dentro do período de mandato do próximo governador, que será obrigado a repor este pessoal.

No momento, a Secretaria de Saúde enfrenta a resistência principalmente dos médicos a realizar horas extras no trabalho, alegando atrasos nesse tipo de remuneração. Busca-se negociação com a categoria, pois a extensão da jornada é a única solução à vista para compor escalas já estouradas.

O Conselho de Saúde tem dedicado grande atenção a todos esses problemas, mas infelizmente a repercussão é quase nenhuma, persistindo a crise em volume crescente.

A imprensa ainda não descobriu que existe um Conselho de Saúde atuante no DF!

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