Empresas e pessoas físicas são tratadas de forma duríssima pela Receita Federal, mas os times de futebol, que ostentam gastos fora do padrão brasileiro, têm dívidas com a União que não são cobradas. Isso é revoltante!
Se times diversos podem pagar milhões de reais num ano a técnicos e jogadores, muito acima das principais remunerações em outras profissões, por que não têm suas dívidas executadas pelo Governo Federal?
Ontem, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reuniu-se com presidentes de clubes de futebol e da Comissão dos Clubes, para discutir esta questão, que vem sendo empurrada com a barriga nas últimas décadas.
O ministro discutiu as dívidas dos clubes e a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRF), que tramita na Câmara Federal e trata da renegociação das dívidas dos clubes.
Após o encontro, quem estava muito falante foi o presidente recém-eleito do Vasco da Gama, Eurico Miranda, logo ele, um dos cartolas mais mal falados do Brasil, que surpreendentemente volta ao primeiro escalão do futebol brasileiro. É uma vergonha!
Segundo o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira, a discussão de ontem foi o início de uma tentativa de se chegar a uma versão final do substitutivo do deputado Otávio Leite (PSDB-SP), autor do projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte.
Explicou que foram discutidos detalhes e flexibilizados alguns pontos, de modo que a proposta atenda a todos. “A lei é um conjunto de medidas de responsabilidade para os clubes andarem na linha, pagarem impostos, encargos e jogadores em dia. Se pagarem o parcelamento, a contrapartida será o alongamento das dividas dos clubes”, acrescentou.
Conforme texto publicado pelo Ministério do Esporte durante o encontro, os dirigentes destacaram a importância da aprovação definitiva, ainda este ano, do projeto já foi aprovado em comissão especial da Câmara. De acordo com o ministério, as dívidas dos clubes de futebol são estimadas em R$ 4 bilhões.