RENATO RIELLA
Dificilmente existe reserva de mercado no mundo mais perniciosa do que a dos táxis. É assim na maioria das cidades do planeta e vai demorar um pouco para mudar. Mas mudará!
Conheço bem a realidade vergonhosa do Brasil, mas verifiquei que, em Lisboa, onde passei alguns dias, a deficiência talvez seja maior.
Os táxis em Portugal não têm padronização. Os motoristas geralmente são velhos, ranzinzas, vestidos de qualquer maneira e despreparados para a função. Muitos são brigões, colocando em risco a vida dos passageiros.
Não nos oferecem nada além da ação de se deslocar na cidade. Muitos têm baixo conhecimento dos locais e não usam ferramentas modernas de localização.
Em Lisboa, não vi nem mesmo os famigerados pontos de táxi existentes em Brasília. Na capital portuguesa, a gente precisa se deslocar para uma via mais movimentada, esperando que surja um táxi desocupado (na verdade, o número de carros é até satisfatório).
Dito tudo isso, é preciso agilizar a instalação nas grandes cidades de sistemática moderna, que pode ser o Uber ou algo parecido, com o mesmo padrão de qualidade (e até melhor).
Não dá para ficar brigando com taxistas velhusco por trocos, quando podemos pagar de modo digital pelo Uber.
E assim por diante.
Já vimos modernizações traumáticas em muitos outros setores da economia. Na área de transporte individual, os governos precisam ignorar os “votinhos” dos taxistas, abrindo-se para a inovação.
Se os táxis aceitarem se integrar ao sistema Uber (ou outro de alta qualidade), melhor. Caso contrário, que esses profissionais abram mercado para quem atende bem.
Voltando a Brasília, a famigerada Agefis precisa, em algum momento, desocupar o espaço dos “pontos de táxi”, estruturas que estragam o visual da cidade.
No século 21, o ponto de táxi será virtual. Acreditem!