Estão reclamando que o ministério do presidente Michel Temer não tem nenhuma mulher.
É também um ministério sem nenhum negro (negra, então, nem pensar!)
Apesar dessas ressalvas, muitos analistas dizem que o ministério está até de bom nível técnico e político, mas as críticas surgem.
Na verdade, foi formado um ministério parlamentar de colarinho branco. Muitos dos escolhidos, homens brancos de meia idade, respondem a processos complicados.
O motivo dessas escolhas criticáveis é a necessidade de se votar o impeachment, no prazo de até 180 dias, assegurando-se pelo menos 2/3 dos votos no Senado.
São 54 votos de senadores, sabendo-se que nesta primeira votação Temer conseguiu 55 (margem positiva de apenas um).
Assim, para ficar no cargo até dezembro de 2018, Michel Temer teve de se compor com PMDB, PP, PR e muitos outros partidos, que indicaram políticos para as vagas de ministros.
Agora pergunto: dava para indicar algum ministro negro? Você, que critica e vota, conhece algum negro de verdade, da cor do Pelé, entre os 513 deputados ou 81 senadores? Se houver, deve ser alguém inexpressivo – ou do PT…
Da mesma forma, há uma absoluta carência de mulheres no Congresso Nacional, onde Michel Temer se baseou para formar sua equipe.
Ele até tentou convocar a paulista Mara Gabrilli para ministra dos Direitos Humanos, mas a negociação não vingou.
Assim, até que o impeachment passe no difícil segundo turno, o ministério será este: de colarinho branco! (RENATO RIELLA)
