RENATO RIELLA
Marcelo Pesseghini, o menino de 13 anos que matou um casal de experientes policiais militares, é o personagem da semana.
Não há quem tenha ficado distante desse caso, por tudo o que envolve. Impossível duvidar da versão apresentada quase de imediato pela Polícia. E a evidência mais forte do crime é ver o garoto ir para a escola, dirigindo o carro da mãe, deixando quatro cadáveres em casa.
Fica difícil qualquer comentário, qualquer análise, qualquer hipótese – mas há sempre o que se dizer.
Nesse caso, com a experiência de quem já acompanhou o crescimento de diversos seres humanos, tenho um conselho geral infalível: crie cada um como criança. Nada mais do que uma criança.
Nada de ensinar um menino de 13 anos a dirigir automóvel. Nem de fazer com que conviva com armas.
O garoto Marcelo tinha doença rara, com perspectiva de vida muito curta. Talvez isso tenha chegado ao conhecimento dele, o que é mais um complicador mental. Etc.
O principal conselho, na verdade, é vital: não tenha arma em casa. E se tiver, por absoluta necessidade, não deixe a criança saber disso.
O adolescente tem crises que, se contornadas, podem resultar em nada. Com uma arma à mão, é tragédia certa.
Criança foi feita para brincar, longe dos problemas. Basta a cada garoto ou garota o leve stress do estudo, que já é muito. No mais, só criancice. Se possível, só felicidade, pois a infância deve ser uma fase inesquecível.
A enorme carga de amor não salvou Marcelo.