RENATO RIELLA
Há muitos fatores a se comemorar na escolha do embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevedo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Uma delas é que ele, hoje com 56 anos, mora no DF desde a adolescência e formou-se engenheiro elétrico na UnB, antes de fazer concurso para diplomata.
Outra razão, pessoal – minha, é o fato de ver um baiano de Salvador eleger-se para cargo de tamanha expressão. Na verdade, o maior posto que um brasileiro já ocupou no exterior (lembra Rui Barbosa, que era feinho pra burro).
Roberto é o que se pode chamar de um homem perfeito. De ótima aparência (não parece ter nem 50 anos), é casado com uma também embaixadora. Humano, discreto e comunicativo, é também esportista. Os amigos dizem que ele poderia ter sido até tenista profissional. Além disso, joga futebol com boa qualidade e torce pelo Fluminense.
Não poderia dar maiores orgulhos ao Brasil e a Brasília, onde esperamos que haja reconhecimento por parte da cidade em relação à conquista feita por um brasiliense. O governador Agnelo Queiroz precisa valorizar essa conquinta.
DÉFICIT NA BALANÇA
COMERCIAL ASSUSTA
Mudando de foco, Roberto Azevedo assume a OMC num momento em que, de forma trágica, o Brasil registrou déficit de US$ 6,1 bilhões na balança comercial, de janeiro a abril deste ano.
Já existe quem pense que fecharemos o ano em déficit, o que será uma experiência nova para um país que se beneficiou muito, nesses últimos anos, das compras estrangeiras, especialmente de commodities (soja, aço, milho, etc).
O Mercosul, que seria esperança de bons negócios, é uma tragédia. Pode ser que agora, comandando a OMC, o Brasil possa ter maior influência (e maior capacidade de troca) com seus parceiros, especialmente a Argentina – que nunca merece confiança.
Vemos de forma preocupante o acordo de comércio entre os Estados Unidos e a Europa, entre outros fatores críticos. Roberto Azevedo é reconhecido como ponderado e excelente negociador. É tudo o que precisamos neste momento.
