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jan 21 2019

Uma delegacia para prender grileiros? Terá de haver uma nova Papuda

O governador Ibaneis Rocha é impaciente e inquieto. Caberá à equipe dele, ainda não testada, correr atrás e dar respostas a temas que há décadas não são atacados.

Um deles é a prática muito comum no Distrito Federal de invadir, com organização profissional, terras da Terracap ou de proprietários que não protegem suas áreas.

No momento, há episódios preocupantes em pelo menos sete regiões do DF. Os abusos se agravaram no primeiro mês do novo governo.

Ontem (domingo), Ibaneis reuniu parte da equipe e sobrevoou de helicóptero as sete áreas mais preocupantes: Varjão, Planaltina, São Sebastião, Riacho Fundo, Samambaia, Taguatinga e Estrutural.

Anunciou a criação de uma delegacia de polícia especial destinada a investigar, punir, coibir e prender gente envolvida com as invasões – que ele chamou de grileiros.

Desde a década de 80, são conhecidos nomes conhecidos de pessoas que até se elegeram deputados praticando essas ações ilegais.

Eles sabem como fazer. Um truque ridículo, ainda hoje utilizado, é o transplante de bananeiras já crescidas, até com cachos. Instaladas ao lado dos novos barracos, tentam enganar, “provando” que a invasão é tão antiga que já tem até plantação.

Na verdade, os organizadores oferecem caminhões e caminhonetes, técnicas de demarcação, madeiras e telhas, até mesmo ônibus para levar grupos de futuros ocupantes das áreas públicas.

Há gente que assume lotes, já tendo imóvel em outra região. É comum a presença de carros particulares, até caros, numa invasão que teoricamente teria de abranger miseráveis.

A delegacia especial, quando criada, se receber policiais experientes, começará a trabalhar rápido, pois dentro da Polícia Civil e na Polícia Militar do DF há profissionais que conhecem bem os organizadores de invasões.

Esses “líderes” não trabalham de graça. Em cada nova área ocupada, separam um bom número de lotes para o seu próprio patrimônio, além de cobrarem taxas, entre outros ganhos.

Há advogados já treinados para legalizar áreas invadidas e fiscais corruptos que “fazem que não veem”.

O grande omisso, sempre, é o administrador regional de cada região. Este indivíduo, geralmente de origem política, quase sempre se omite.

É claro que pessoas diversas avisam ao administrador regional que determinada área está sendo invadida. Normalmente, esse representante do GDF responde que já comunicou à Agefis, ou à PM, ou mesmo ao governador – e não faz nada.

Alguns aproveitam-se para “crescer” politicamente nas novas áreas, que um dia podem virar cidades, como aconteceu com Estrutural, Itapoan, Sol Nascente e muitas outras.

Se a delegacia contra grileiros funcionar mesmo, o governador terá de construir uma nova Papuda (RENATO RIELLA).

 

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