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dez 28 2021

Vendas de Natal não atingem números de 2019, diz associação de lojistas de shopping

O comércio varejista registrou um aumento de 10% no faturamento em comparação com 2020, mas, apesar do resultado positivo, não superou o patamar de 2019. Neste ano, a inflação de dois dígitos corroeu expectativas de crescimento e lucro de lojistas, que evitaram repassar todos os aumentos para atrair a clientela.

Nos shoppings, optar por presentes de menor custo para não deixar a data passar em branco foi a principal opção de três em cada quatro clientes, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

O segmento registrou crescimento real de 10% nas vendas ante 2020, com destaque para roupas (61%), brinquedos (37%) e perfumes, cosméticos e calçados (36%).

A segunda parcela do 13º salário, paga até o dia 20 de dezembro, deu novo fôlego à movimentação no varejo que, em 2021, superou o ano passado, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

No entanto, segundo Fabio Bentes, economista sênior da entidade, o varejo não atendeu às expectativas, e 2021 deve fechar com um Natal fraco.

“Os consumidores estão circulando com o bolso castigado por uma inflação de 10%. Para compensar esse efeito que tende a puxar o número de vendas para baixo, teria que ter um aumento de fluxo mais expressivo que a gente teve. Pelo que vemos, estamos caminhando para a segunda queda consecutiva de vendas no Natal”, afirma Bentes, que sustenta a previsão de queda de 2,6% neste ano.

Segundo ele, para chegar a um cenário de estabilidade ante 2020, a circulação de pessoas no dia 23 de dezembro deveria ser pelo menos 15% maior do que a da semana passada. Porém, a CNC registrou alta de 11,6%.

Entre os segmentos, Bentes espera que supermercados e vestuário tenham os melhores desempenhos, correspondendo a 78% do total de compras neste Natal.

Por outro lado, bens de consumo duráveis como eletroeletrônicos e eletrodomésticos não terão destaque, com brasileiros temendo dificuldade para honrar o parcelamento de produtos.

Fora dos shoppings, o Natal conseguiu dar um fôlego rápido ao comércio de rua. O aumento de 10% no faturamento ante 2020 na Saara, comércio a céu aberto no Rio de Janeiro, traz alívio para o presidente do centro comercial, Eduardo Blumberg, porém não se equipara ao valor movimentado em 2019, que só deve se retomado em 2022.

No entanto, ele afirma que a inflação a dois dígitos corrói parte do lucro dos vendedores, que não conseguem repassar os aumentos de preços aos consumidores. Outro reflexo da taxa foi sentido no tíquete médio, que caiu de R$ 25 em 2020 para R$ 15 neste ano.

“Vimos mais gente nas ruas, mas querendo gastar menos. Neste Natal, as pessoas foram às compras de olho nas lembrancinhas, para não deixar de dar algo na data”, afirma Blumberg, que apontou os enfeites natalinos, brinquedos e bijuterias como os itens mais procurados.

Fonte: Agência O Globo/iG

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