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jun 12 2020

VOCÊ SABE QUEM FOI NILSON NELSON, DO GINÁSIO DE ESPORTES?

Um cara me disse que o pessoal da Arena Brasília vai demolir o Ginásio de Esportes Nilson Nelson.
-Como? E o nome? Nilson Nelson foi meu amigo.

Saí dali lembrando.
Na década de 70, com 24 anos, recém-chegado da Bahia, assumi como Editor de Polícia no vibrante jornal Diário de Brasília.

A gente trabalhava até tarde, na redação, fechando páginas e páginas de notícia.

Era a maior bagunça. Numa noite, de pura molequeira, o Editor de Esportes, o gaúcho Nilson Nelson, fez uma bolinha de papel ofício (lauda) e jogou no Editor de Cidades, o carioca Lélio Raphanelli.

Todos dois pareciam meninos, mas já tinham mais de 40 anos.

O vascaíno Rapha enrolou a bolinha em meia folha de jornal e devolveu nas costas do Nilson Nelson. Este deixou passar alguns minutos e mandou de novo a bola, que havia crescido mais, embrulhada em jornal.

Raphanelli, por sua vez, aumentou muito o petardo, usando diversas páginas de jornal. Ficou do tamanho de duas bolas de futebol. Levou um tempão fazendo isso. E quando Nilson Nelson pensou que a brincadeira havia terminado, recebeu um torpedo com força nas costas.

Pensam que acabou. Nilson Nelson, sem olhar para trás, enfiou a última bolona numa lata de lixo de madeira. Disfarçando, atirou este peso no peito do Rapha. Aí virou porrada. Tivemos dificuldade de separar.

Foi assim que conheci o torcedor do Grêmio (ou do Inter) que deu nome ao Ginásio de Esportes, na década de 70. Hoje, quase ninguém sabe quem foi Nilson Nelson, um repórter de futebol que morreu há muito anos (aliás, o Rapha também já morreu).

Brasília era assim. Os nomes eram dados a monumentos sem debate, nem grandes méritos.

No mesmo Diário de Brasília, havia um repórter de esportes bem novo, ainda estudante, chamado Agustinho Lima. De repente, num fim de semana, morreu em acidente de carro.

Foi o bastante para que até hoje Sobradinho tenha o Estádio Agustinho Lima (e só eu sei quem foi o jovem Agustinho).

Outro caso interessante vem do Estádio do Gama, chamado de Bezerrão. Muita gente acha que havia criação de boi naquela área. Ou talvez um bezerro grande tenha morrido por lá.

Nada! Na época em que se construiu o estádio, o administrador regional do Gama era Valmir Campelo (depois virou senador). O último sobrenome dele, não usado publicamente, é Bezerra. Daí o Bezerrão, que ninguém entende, nem reconhece.

São histórias de alguns nomes desta cidade de 60 anos, que era extremamente ingênua e provinciana na década de 70.

Como não tinha Câmara Legislativa, os nomes eram escolhidos desta forma. Com o tempo, ninguém entende.
Quem foi Nilson Nelson?
RENATO RIELLA

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