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out 15 2014

AGRAVA-SE FALTA DE ÁGUA EM SÃO PAULO

Piorou e pode ficar muito grave a falta de água em São Paulo. A presidenta da Sabesp, Dilma Pena, finalmente admitiu que São Paulo passa “por uma grave crise” e que, se não chover nos próximos dias, a primeira cota de volume morto do Sistema Cantareira pode acabar em meados de novembro, levando à falta d’água na capital”.

A reserva técnica ou volume morto é o volume que está abaixo do nível mínimo da estrutura de captação de água nas represas.

“Temos disponibilidade suficiente para atender à população nesse regime de chuvas até meados de novembro”, disse Dilma em depoimento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Municipal que investiga o contrato entre a Sabesp e a prefeitura de São Paulo e a falta d’água em alguns bairros da capital.

Por causa da falta de chuvas desde o início do ano, a capital e vários municípios do interior do estado enfrentam grave problema de abastecimento de água. O Sistema Cantareira, um dos mais afetados pela estiagem, responde pelo abastecimento de água para 9 milhões de pessoas na capital e na região metropolitana de São Paulo. Hoje, por exemplo, o sistema opera com 4,3% de sua capacidade, diz a Sabesp.

Para contornar o problema, a companhia ainda espera autorização judicial para usar a segunda cota do volume morto do sistema. Desde o dia 15 de maio, a Sabesp tem captado água da primeira cota.

Em seu segundo depoimento na CPI, Dilma lembrou que a Sabesp está construindo uma obra que poderá aumentar o nível do sistema em até 12%. “Temos uma obra já licenciada, em fase de finalização, para disponibilizar 106 milhões de metros cúbicos para o Cantareira. A população da cidade de São Paulo e da região metropolitana, inclusive de Campinas [interior do estado], poderá contar com essa água.”

Também presente à audiência, o promotor José Eduardo Ismael Lutti criticou as ações adotadas pela companhia para evitar a crise no abastecimento de água da capital. “O que fica claro, depois de ouvir declarações de funcionários da Sabesp, é que a companhia não planeja o bastante para garantir a segurança hídrica em qualquer tipo de cenário, a não ser acreditando que as chuvas virão normalmente.”

Segundo Lutti, a esperança da companhia é a adesão das pessoas ao bônus por ela oferecido aos clientes que economizarem água. “Não há um planejamento do recurso hídrico com segurança”, disse ele.

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