RENATO RIELLA
Como dizem os mais inteligentes, eleição me arrepeia.
Digo isso porque Jofran Frejat (PR), candidato ao governo do DF, vendo que estava perdendo a eleição para Rodrigo Rollemberg (PSB), resolveu apelar; Anunciou que, no seu governo, a tarifa de ônibus será de apenas R$ 1,00 – e quem pegar mais de um ônibus só vai pagar esse precinho uma vez, por causa da integração.
É claro que a proposta partiu do tal José Roberto Arruda, marido da vice do Frejat. Lembrem-se que este candidato ficha suja ganhou a eleição em 2006 garantindo que iria tirar os famigerados pardais do trânsito. Depois de eleito, duplicou ou triplicou as arapucas.
Rollemberg deve ter tomado um bruto susto hoje, pois sem dúvida a promessa da tarifa de R$ 1,00 terá enorme efeito no povão. Mas, vejam bem, deverá ter repercussão negativa nas faixas mais bem informadas da população.
Assim, Frejat ganha lá, mas perde cá, não se sabe em qual proporção.
Não existe tarifa de R$ 1,00 no Brasil, como não existe ônibus de graça, benesse que as manifestações do ano passado pediram.
Brasília, para fazer isso, teria de passar projeto complicado na Câmara Legislativa.
Além do mais, despertaria reação nacional, pois todos os outros governadores ficariam com raiva do Frejat, que só pode prometer a bolsa-ônibus porque o DF é sustentado pela União – isto é, pelo resto do Brasil, que enfrenta graves dificuldades financeiras.
Não sei como Rollemberg vai reagir e não me arrisco a dar nenhuma sugestão. Mas sei que a proposta tem efeito nos votos e é absurda, irresponsável, feita para tentar eleger um candidato que está mal nas pesquisas.
E salve-se quem puder!
