A balança comercial brasileira registrou superávit (exportações maiores que importações) de US$ 1,85 bilhão na primeira semana de outubro. O saldo positivo resultou de US$ 6 bilhões em exportações e US$ 4,21 bilhões em importações nos quatro dias úteis do mês.
No acumulado do ano, é a primeira vez que a balança fica superavitária, com resultado positivo em US$ 236 milhões. Até o fim de setembro, o saldo acumulado estava negativo em US$ 1,6 bilhão. Os dados foram divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento.
No entanto, a balança fechou no azul em função da exportação de uma plataforma de petróleo e gás, que, segundo informações do ministério, representou ingresso financeiro de US$ 1,9 bilhão. Essa mesma plataforma deverá ser usada depois pela Petrobras, em regime de locação, o que é considerado por especialistas como um truque do governo para obter superávit contábil na balança.
Puxadas pela plataforma, as vendas externas de manufaturados cresceram 119,5% em comparação com as de outubro do ano passado.
Entre os itens de maior valor agregado, houve ainda incremento nas exportações de motores e geradores, veículos de carga e automóveis de passeio.
A comercialização de produtos básicos também aumentou na primeira semana, crescendo 24,2% ante o mesmo mês do ano passado em função de petróleo bruto, soja em grão, minério de ferro, carne bovina e folhas de fumo.
As importações alcançaram média diária de US$ 1,054 bilhão, 15,3% superior à de outubro do ano passado. O movimento é explicado principalmente pela aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes (139,4%), aparelhos eletroeletrônicos (22,6%), siderúrgicos (14,7%), produtos químicos orgânicos e inorgânicos (9,8%) e borracha (7%).