O cientista Fernando Kreutz, que há mais de 10 anos coordena uma equipe de pesquisadores focada no controle e diagnóstico de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, alerta para os cuidados de prevenção ao mosquito, neste período mais frio, quando o problema fica menos grave.
Ele lembra do aviso da Organização Mundial da Saúde, de que o vírus zika pode se espalhar pela Europa, à medida que o clima no continente começa a esquentar nos próximos meses. Vários países no mundo estão investindo no controle, diagnóstico e pesquisas associadas à epidemia de Zika e outras doenças transmitidas pelo mosquito. “Até países como o Canada estão incentivando pesquisas nestas áreas”. “Para isso também é preciso investimento e vontade para reverter essa situação de risco que o país vive”. Na avaliação de Kreutz, as pessoas ainda não perceberam a gravidade do assunto. “Hoje, o impacto mais perverso são os casos de microcefalia, que acometem milhares de famílias. E estas alterações são ainda a ponta de um iceberg, pois já há grande preocupação que outras alterações, ainda não são perceptíveis, possam atingir toda uma geração de brasileiros”. Esta resistência é uma grande vantagem para o mosquito, pois permite que os ovos sobrevivam por muitos meses em ambientes secos e frios, até que o próximo período chuvoso e quente propicie a eclosão. Em 10 dias os ovos se transformam em mosquitos adultos. Fernando Kreutz aconselha que as mesmas ações de prevenção, como eliminar os focos de água parada, usar repelente, tela, roupas compridas, e, agora a aplicação do larvicida biológico para uso doméstico em conjunto com as ações mecânicas, devem continuar fazendo parte da rotina das famílias. |
maio 19 2016