RENATO RIELLA
O PMDB, cada vez mais em linha de choque com o Palácio do Planalto, quer aprovar legislação que limite obrigatoriamente o número de ministérios do Brasil em 20 (hoje são 39).
Esta emenda constitucional passa a ser batizada como “Emenda Cid Gomes”, pois resulta do barraco armado por este ex-ministro da Educação na Câmara, quando disse que os deputados só querem ministérios para achacar mais o governo.
Assim, graças ao chamado efeito El-Cid, o Brasil pode chegar a essa decisão prudente de ter, no máximo, 20 ministros.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff reagiu contra isso, dizendo que reforma ministerial não é panaceia a ser aplicada no Brasil.
Logo, passou a ser bombardeada nas redes sociais, como se tivesse usado de forma errada a palavra panaceia (hoje sem acento).
Na verdade, todos lembram que Dilma, um dia, apontou Manaus como a capital da Amazônia e depois confundiu dentifrício com o tubo da pasta dental.
No caso da panaceia ela está certa. Esta palavra representa um impossível remédio para todos os males, uma utopia, uma ilusão, algo que não existe e que não tem efeito prático.
Dilma quer dizer que os problemas do Brasil não se resolverão todos com uma possível mexida ministerial – mas acabou vítima de muitas piadas.
E o PMDB, acreditando em panaceias, acha que reduzir o número de ministérios é a solução.
Na verdade, como diria Cid Gomes, se vendendo como honesto, a solução no Brasil é reduzir o roubo nas áreas públicas.