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maio 16 2016

ENTREVISTA DE TEMER NO FANTÁSTICO MOSTRA CLAREZA QUE NÃO SE VIA NA DILMA

O presidente em exercício Michel Temer afirmou que não será candidato à eleição presidencial em 2018.

Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, Temer disse também que, se for confirmado no cargo para cumprir o mandato até 31 de dezembro de 2018, pretende reduzir o desemprego e entregar à população um país pacificado.

Sua fala foi muito elogiada pela clareza e correção nas palavras, contrastando com o estilo confuso e ininteligível que a presidente Dilma Rosseff costumava apresentar nas entrevistas.

O presidente acrescentou que, caso cumpra essas tarefas, se dará por satisfeito. “Se cumprir essa tarefa, me darei por enormemente satisfeito.”

Diante da insistência da repórter em questionar se ele não será candidato em nenhuma hipótese, Temer respondeu: “É uma pergunta complicada ‘nenhuma hipótese’. De repente, pode acontecer, mas não é minha intenção. E é minha negativa. Estou negando a possibilidade de uma eventual reeleição, até porque isso me dá maior tranquilidade. Não preciso, digamos, praticar atos conducentes a uma eventual reeleição. Posso até ser impopular, desde que produza benefícios para o país.”

Sobre as críticas pela ausência de mulheres nos cargos de ministros em seu governo, Temer destacou que o mais importante não é ter o rótulo de ministro. Afirmou que um dos cargos de maior destaque da Presidência da República, que é a chefia de gabinete, é ocupada por uma mulher.

Informou ainda que serão ocupados por mulheres cargos de destaque nas secretarias de Cultura, Ciência e Tecnologia e das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

Na entrevista, Michel Temer disse ainda que vai demitir ministro que cometer irregularidades. “Se houver um equívoco, ou equívocos administrativos, e, no particular, se houver irregularidades administrativas, eu demito o ministro”, assegurou o presidente interino, que tomou posse e empossou os  novos ministros na quinta-feira (12).

Questionado pela jornalista sobre qual o desafio que lhe tira o sono, Temer respondeu: “Olha é fazer com que o Brasil se equilibre, em primeiro lugar. Se equilibre economicamente, politicamente, eticamente e que possamos ter um país pacificado. Só que não é de hoje que eu digo que o Brasil precisa de uma pacificação nacional, e por isso eu tenho pregado a necessidade da unificação do país. E a unificação do país significa a unificação dos partidos políticos, dos empregadores com os trabalhadores, enfim um esforço conjunto da sociedade brasileira para que nós possamos sair da crise em que nós nos achamos.”

Na entrevista, Temer reconheceu não ter “inserção popular”, mas manifestou que a poderá ganhar “se legitimo como é o nosso governo, ainda que interinamente, eu produzir efeito benéfico para o país. Eu acredito, tenho a esperança, que nós conseguiremos.”.

O presidente em exercício reafirmou também, tal como disse no dia da posse do governo, que manterá os programas sociais. “Se for necessário cortarei de outros setores, não cortarei daqueles mais carentes no país”, afirmou.

Sobre a nomeação de um ministro, Romero Jucá, para o Planejamento, investigado no âmbito da Lava Jato, Michel Temer disse que se Jucá se tornar réu examinará a situação.

Em resposta à pergunta, Temer disse que é “muito atento às instituições”. “E quando você fala em inquérito, você está falando em inquirição, em indagação, em investigação. Portanto você disse bem, ele ainda não é réu. Primeiro ponto. Segundo ponto. O Jucá é uma figura, permita-me o elogio, ele é uma figura de uma competência administrativa extraordinária. Sobre o foco econômico, penso eu, que ninguém conhece tão bem o orçamento e as razões orçamentárias como ele. Primeiro lugar. Segundo lugar: tem uma capacidade de articulação política que é fundamental na democracia. Até não é sem razão, já disse a ele, que ele foi líder de governo de três governos. E hoje me ajuda enormemente na tarefa de governar o país.”

“E terceiro, eu espero, pelo menos ele tem me afirmado, com absoluta tranquilidade, que os dados que chegam aos ouvidos dele é de que quando alguém diz alguma coisa, diz por ouvir dizer. Então nós não temos que pensar porque a pessoa é investigada que ela está digamos assim com uma espécie de morte civil. Não pode mais fazer nada no país, não é?”, comentou o presidente.

“Mas se ele se tornar réu, qual vai ser a sua atitude?”, insistiu a jornalista do programa Fantástico. “Daí eu vou examinar. Vou examinar”, afirmou.

Perguntado que legado gostaria de deixar no dia 31 de dezembro de 2018, Michel Temer afirmou: “Reduzir o desemprego, em primeiro lugar. Em segundo lugar, ver um país pacificado, em que os brasileiros passem a dar-se as mãos, não haja mais essa divergência que se instalou no país. E uma conjugação de esforços dos estados, dos municípios. Aliás, eu pretendo rever um pouco o sistema federativo, de modo a fortalecer os estados e municípios. Portanto a pacificação do país e a harmonia interna. Este seria, penso eu, o melhor legado que eu poderia deixar.

O presidente em exercício deve se reunir na tarde desta segunda-feira (16) com dirigentes de centrais sindicais para debater propostas de mudanças na Previdência Social, uma das reformas mais sensíveis que o governo pretende fazer.

 

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