RENATO RIELLA
No mundo, hoje, existe a figura do shopping temático. Há aqueles especializados em informática, ou em cosméticos, ou em artigos infantis, ou em produtos de lazer, etc.
No Brasil, e principalmente em Brasília, está em plena operação um tipo de shopping especializado na venda de partidos políticos. As manifestações de rua em todo o país já perceberam isso e protestam violentamente contra a realidade suja dessas agremiações, mas os chamados legisladores fazem de conta que não ouvem.
Há situações cristalizadas – isto é, que não mudam. O PTB é do senador Gim Argello, assim como o PMDB-DF é do vice-governador Tadeu Filippelli. Mas o PRTB, por exemplo, dominado nacionalmente por um indivíduo chamado Levy Fidelis, acaba de fechar negócio com o ex-senador Luiz Estevão, que além de dono do time Brasiliense, agora é senhor de uma sigla partidária no DF.
Há boatos fortíssimos de que Arruda fechou negociação com o deputado condenado Valdemar Costa Neto para apoderar-se do PR, enquanto Paulo Octávio estaria tomando de assalto o PP (Benedito Domingos, que sempre foi o dono desse partido no DF, já declarou que ficará fora do mundo político, dedicando-se à Assembleia de Deus).
Muitas outras negociações devem estar ocorrendo. O shopping partidário deve ser mesmo um excelente negócio, com ofertas para o Dia dos Pais destinadas a uns e outros.