RENATO RIELLA
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos deve atingir ao final do ano a faixa dos US$ 16 trilhões, enquanto a dívida do país chega aos US$ 17 trilhões.
No caso do Brasil, o PIB (soma de todas as riquezas produzidas no país num ano) chegará perto dos R$ 2,3, enquanto a dívida interna é de cerca de R$ 2 trilhões.
Como se vê, a nossa relação entre dívida e PIB é bem mais favorável. Os EUA são um país rico, poderoso, mas seu endividamento preocupa o mundo.
E preocupa mais esta semana, quando os oposicionistas contrários a Barack Obama, do Partido Republicano, recusam-se a aprovar decisão que autoriza a nação norte-americana a aumentar mais ainda esta dívida.
Sem se endividar mais, Obama não conseguirá pagar seus compromissos, inclusive os juros aos investidores internacionais (China e Brasil estão entre os maiores), como também os salários de servidores e muitos outros itens.
Por incrível que pareça, os republicanos não estão reclamando do endividamento acima do nível do PIB – que parece assustador. Eles chantageiam Obama, afirmando que só autorizam o aumento da dívida se o presidente abrir mão do programa de saúde aprovado no Congresso dos EUA, pelo qual se opõem por razões políticas.
Tudo muito confuso. Da minha parte, aumento a confusão quando vejo que os analistas econômicos internacionais não abordam essa questão do excessivo endividamento de um país.
Ninguém fala na necessidade de fazer os norte-americanos serem menos consumistas, nem na iniciativa de reduzir os gastos militares. Pelo contrário, se deixarem, Obama conseguirá muitos bilhões para invadir a Síria, intrometendo-se numa guerra onde todos os lados são vilões.
Até onde os EUA poderão se endividar, recolhendo dinheiro dos países em desenvolvimento para seus gastos alucinados?
Esta é a pergunta que o mundo deveria fazer, pois um dia essa bolha vai estourar.