A ministra portuguesa das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou em Bruxelas que o Governo da Grécia “terá que continuar a dar provas do seu empenho e da sua determinação para voltar a merecer confiança mais plena”.
Falando após a reeleição de Jeroen Dijsselbloem para presidente do Eurogrupo (grupo dos ministros das Finanças da Zona Euro), Maria Luís Albuquerque sublinhou o “empenho muito grande” de toda a Zona Euro “em fazer tudo” para o sucesso do acordo alcançado com a Grécia.
No entanto, frisou a governante portuguesa, a confiança “é algo que se perde muito rapidamente e que exige muito tempo para ser reconstituída”, pelo que o Governo grego terá de dar provas de a merecer.
ACORDO DE REFINANCIAMENTO
Os líderes europeus aprovaram na madrugada de domingo para segunda-feira um acordo para refinanciar o Estado grego, que no final de junho deixou por pagar um empréstimo de 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e que a 20 de julho tem para reembolsar um empréstimo de 3,5 mil milhões de euros do Banco Central Europeu (BCE).
O acordo de transição entre os vários Estados-membros da União Europeia prevê que a Grécia receba até 86 mil milhões de euros de refinanciamento, sob a condição de que 50 mil milhões de euros serão compensados com um novo plano de privatizações.
Além disso, o Governo grego terá de conseguir aprovar no Parlamento, em Atenas, uma série de medidas de consolidação orçamental para garantir novo financiamento europeu.
O acordo alcançado em Bruxelas permite evitar a saída da Grécia da Zona Euro, cenário que chegou a ser admitido pelos governantes de alguns países mais insatisfeitos com as posições assumidas pelos líderes gregos relativamente ao pagamento da dívida pública.