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jan 01 2014

INCENTIVO À COMPRA DE CARROS VAI ACABAR. FINALMENTE O GOVERNO ACORDOU

RENATO RIELLA
Fico pensando se a presidente Dilma Rousseff, em algum momento, percebeu que houve um erro monstruoso nos 11 anos de governo petista, quando se decidiu incentivar de forma intensa o uso de automóveis no Brasil.

Pelo sim, pelo não, as coisas estão mudando e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos veículos volta a subir gradualmente para suas alíquotas originais a partir de hoje (1º).

O reajuste não será integral, mas parcelado em duas vezes ao longo do ano. Começa agora em janeiro e terá um novo aumento em julho. Enquanto durarem os estoques nas concessionárias, os carros podem ser vendidos sem aumento.

O governo tem dado descontos em impostos de carros, eletrodomésticos, móveis e outros produtos para estimular o consumo e evitar demissões. Isso aconteceu de forma emergencial, na crise econômica mundial de 2007/2008, mas foi ficando, ficando, ficando… E ficou, de forma irresponsável.

O que se discute são as conseqüências trágicas do incentivo ao uso de carros individuais. Na verdade, o então presidente Lula adotou essa medida, sem planejamento e sem o aval de áreas técnicas confiáveis, para fazer média com a indústria automobilística, onde começou a carreira como presidente de sindicato em São Bernardo do Campo.

Em 2008, diversas vezes, ele apareceu em público forçando o povão a comprar automóveis com prestações de até 72 meses (quase um crime, pelo absurdo da medida).

Com isso, famílias pobres se endividaram. As cidades, mesmo as de interior, estão estouradas, sem capacidade de absorver tantos veículos. Cresceu muito o consumo de gasolina, impactando a Petrobras.

Graças a isso e a outras ações desastrosas na maior estatal brasileira, hoje importamos gasolina cara, vendida a preço barato ao povão. O déficit da Petrobras nessas compras é grande, minorado com pequeno aumento no preço dos conmbustíveis autorizado em dezembro.

Essas compras de petróleo no mercado externo pioraram também as condições da nossa balança comercial, que trabalhou com déficit durante todo o ano de 2013.

Aumentar o imposto dos carros particulares é decisão corajosa em ano eleitoral e mostra como a presidente Dilma está preocupada com a situação da economia brasileira. Na verdade, haverá algum aumento na arrecadação tributária, mas os grandes benefícios serão em muitas outras áreas, porém sentidos lentamente.

VEJA AS NOVAS ALÍQUOTAS
A partir de hoje, a alíquota de carros populares flex (até 1.0) passa de 2% para 3%. O valor original é 7%. Em 1º de julho, está previsto que o imposto volte para sua porcentagem total: 7%.

Veículos entre 1.0 e 2.0 flex (movidos a gasolina e álcool) passam de 7% para 9% agora. Voltam ao imposto original, de 11%, a partir de 1º de julho.

Na mesma faixa de 1.0 a 2.0, mas exclusivamente movidos a gasolina, os carros passam de 8% para 10% agora. Em julho, voltam aos 13% originais.

Com relação aos utilitários (esportivos ou de carga), a alíquota do IPI passa para 3% agora. Em julho, os utilitários esportivos voltam ao seu original, de 8%. Os de carga vão ficar ainda com 4%, metade de seu imposto original (de 8%).

Os caminhões vão continuar isentos, com taxa zero de IPI (o imposto original é de 5%).

2 comentários

  1. Tercio Lemos

    tratando-se de brasil, acho que a melhor maneira é aumentar os impostos para reduzir a venda de automóeis.

    Concessionaria VW

    Abs

  2. Paulo Sergio da silva

    Eu tive cancer (seminoma) existe algum incentivo na compra de veiculo novo?
    Varias pessoas disseram que sim. Isso procede?
    Obrigado pela resposta!

    Paulo

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