RENATO RIELLA
O Brasil revela e releva a sua incompetência coletiva diante da declaração do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que preferia morrer a ficar preso numa penitenciária brasileira. O que fazer?
Vemos, por exemplo, advogados focados na eleição de diretorias para a OAB. Diante da fala do ministro, a campanha deles, de todas as chapas, deveria ser suspensa, em busca de solução para esse gravíssimo problema que vem a público sem solução aparente.
Falta dinheiro? Falta atuação da Justiça e do Ministério Público? Os programas sociais estão fracassando? O policiamento é tão ruim que permite o aumento da criminalidade? Provavelmente todas as perguntas podem levar a afirmações preocupantes, mas o certo é que a fala assustadora do ministro permanece no ar como um comentário apenas jocoso, nada grave nem catastrófico.
Mas é catastrófico, pois de repente o ministro veio dar cobertura aos protestos do crime organizado quando começa a matar diariamente em São Paulo, Santa Catarina e onde mais lhe convier.
José Eduardo Cardozo abriu uma caixa-preta que não quer se fechar. O que fazer, na nossa incompetência coletiva?