RENATO RIELLA
Quase todos os analistas explicaram a queda de popularidade do governo Dilma, de 65% para 57%, baseando-se em antigo exemplo norteamericano. Dizem esses experts que, na campanha presidencial de Bill Clinton, um corajoso assessor matou a discussão sobre prioridades afirmando: “É a economia, estúpido!”
Não vale necessariamente para o Brasil. Aqui deveria ser dito ao staff da presidente Dilma o seguinte: “É a política, estúpido!”
Fico observando reações de pessoas diversas durante todo o tempo. Um dos maiores desgastes da presidente Dilma não tem nada a ver com a economia. Sabem qual foi?
Milhões de brasileiros ficaram revoltados de ver que as multidões que correram atrás da Bolsa Família, nas agências da Caixa, estavam arrumadas, com celular, tênis, cabelo pintado, etc, talvez até carro.
Muitos dos que não recebem qualquer benefício sentiram-se lesados, dizendo assim: “Este pessoal está melhor do que eu!”
Os governos ficam reféns dos palácios (qualquer palácio) e perdem sensibilidade diante de fatos marcantes, que podem mudar a cabeça do povo. Basta passar na Globo.
Este é apenas um episódio que tirou muitos pontinhos na avaliação da presidente Dilma. O povão vive de olho nos detalhes.
