Neste domingo, o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, fez surpreendente visita ao presidente interino Michel Temer, na residência oficial do Jaburu, em Brasília.
Logo, todos os que acompanham política imaginaram que os dois falaram do processo em fase final, do TSE, que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, por crime eleitoral ocorrido em 2014.
Se isso ocorrer, o Brasil será obrigado a fazer nova eleição presidencial ainda este ano.
Gilmar Mendes, flagrado pela imprensa, desconversou. Disse que foi pedir ao presidente interino verba suplementar para poder realizar as eleições municipais marcadas para outubro deste ano.
A situação é complicada. As provas colhidas na operação Lava-Jato são comprometedoras. Se o julgamento não for politizado, a cassação da chapa presidencial pode ser considerada certa.
Mas, em tribunal superior, muitas vezes vemos questões claras serem fator de divisão da bancada, às vezes decididas pela diferença de apenas um voto. Como já disse, o julgamento acaba sendo político.
Cassar essa chapa e retirar Michel Temer da Presidência, neste momento, tem um grande complicador.
Se o TSE fizer isso nos próximos meses, sabem quem assume a Presidência da República? Todos vocês vão se assustar.
Isso mesmo! No caso da cassação da chapa, com a convocação das eleições presidenciais, o Palácio do Planalto será dominado pelo famigerado Maranhão, presidente interino da Câmara Federal – aquele mesmo que tentou dar um golpe, buscando anular o impeachment.
Assim, como o julgamento do TSE é político, a essas alturas Michel Temer sabe que, enquanto a Câmara estiver dominada por Maranhão (ou por Eduardo Cunha), a cassação da chapa não acontecerá.
Nas próximas semanas, se as crises no governo Temer persistirem, pode se fortalecer a campanha a favor das novas eleições – mas como fazer isso com o fantasma do Maranhão?
O Brasil está assim: num verdadeiro xeque-mate. (RENATO RIELLA)
