Meu filho Gil, jovem antenado, me deu uma dica incrível – assustadora.
Disse ele que cresce no mercado a figura do profissional “personal contas” ou “personal orçamento”.
Não se assustem. Gil e este pai que vos fala estamos fora disso. Fazemos o estilo “zero item”, o estilo do Seo Madruga – e não precisamos de personal de nada. Por favor, não se metam na nossa ausência de orçamento.
Mas há gente que não dá conta de controlar as próprias (contas). A solução é o personal.
Alguns vão atrás desse profissional sozinhos (ou em casal).
Outros são orientados por psicólogos, diante da perdição das suas vidas.
E há uma terceira situação: hoje, determinada entidade financeira do governo, de grande porte, dá atendimento drástico de “personal contas” quando percebe que servidores seus estão à beira da falência. Pegar ou largar!
O “personal contas” contratado intervém na vida financeira do cidadão ou do casal, administrando durante um período (dois anos, por exemplo) todo o dinheiro que entra ou sai. É remunerado – e pode ter um prêmio de êxito ao final da antipática tarefa.
Cabe ao personal confiscar cartões, cheques e senhas. Recebe os salários do pobre coitado. Impede novos parcelamentos. Faz orçamento detalhado das despesas fixas e trabalha inclusive o cliente para reduzir custos com água, luz, telefone, cinema, salão de beleza, motel, bar, médicos (hipocondria), gasolina, etc.
O cliente passa a receber uma mesada semanal, calculada em cima das despesas previstas. E ai daquele que estourar!
Dentro de algum tempo a vítima sai do Serasa, escapa da dívida ativa, renegocia dívidas em bancos com juros decentes, começa a poder tirar talão de cheque, readministra os cartões, etc. Só não pode ter recaídas.
Parece milagroso, mas não me peçam indicação. Estou longe desse mercado.
O grande milagre, na verdade, é alguém aceitar remédio tão nazista.
Por isso prefiro ser, cada vez mais, um mero Seo Madruga baiano.
Seo Madruga é mesmo meu perfil de felicidade. —-RENATO RIELLA