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mar 16 2015

POR FALTA DE RESPOSTAS, A CONFUSÃO VAI AUMENTAR

RENATO RIELLA

A luta continua.

A luta está apenas começando, não somente para quem faz manifestações nas ruas, mas também para o PT, para a presidente Dilma Rousseff, para o ex-presidente Lula, para os ministros do Supremo Tribunal Federal e para todos os integrantes do Congresso Nacional.

A luta continua para todo o Brasil. O calor político vai se intensificar dia a dia, até chegar onde não podemos prever.

Isto que estou escrevendo aqui é uma avaliação técnica, de quem entende muito de manifestações públicas.

Na verdade, posso antecipar algumas fases. São fases horríveis!

Os panelaços vão se intensificar. Em paralelo, os “vermelhos”, formados por MST e outras áreas ligadas ao PT, tentarão reagir. Não se sabe como, ainda – e nem em qual grau de violência. Se isso acontecer, começarão a ocorrer confrontos urbanos.

Haverá novas manifestações, gerais ou localizadas. A classe média acordou. Até ser novamente infiltrada por Black Blocs, atenderá a novos chamados.

No dia a dia, veremos quebra-quebras aqui ou ali, diante de alguns serviços de péssima qualidade (ônibus, hospitais, etc). Marchas como a dos caminhoneiros vão proliferar.

O descontentamento pacífico, visto ontem nas ruas, vai se transformar em ações mais ríspidas, diante da falta de respostas convincentes por parte do governo.

A deterioração dos serviços públicos, a crise econômica e a corrupção ainda enraizada em todas as áreas são combustíveis de revoltas.

Em momentos críticos, nos próximos meses, haverá invasões de prédios públicos, como aconteceu na Assembleia Legislativa do Paraná.

 

PRÓXIMO FOCO PODE SE VOLTAR PARA O SUPREMO

 

O Supremo Tribunal Federal, nas sessões ligadas ao Petrolão, poderá ter a segurança reforçada, mas não resistirá a uma marcha de milhares de brasilienses. Ontem, esta questão esteve bem demonstrada em muitas faixas.

Votações no Congresso Nacional terão presença de público a cada momento mais organizado e feroz. Renan e Eduardo Cunha não devem subestimar o povo. A CPI do Petrolão está visada…

Políticos ligados ao governo correrão risco se derem bobeira por aí. Os dois ministros, encarregados de falar pelo governo ontem à noite (Rossetto e Cardozo), não devem se arriscar a viajar em aviões de carreira nos próximos dias.

Quando o primeiro político for apedrejado, isso pode virar uma febre. E a presidente Dilma, enquanto persistir este clima, precisará ter segurança muito especial em qualquer evento público. Fatalmente, sofrerá novos constrangimentos.

A autoridade que tiver em suas mãos decisões graves pode sofrer vigílias no trabalho ou em casa, como aconteceu com o então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Este, durante muitas semanas, teve um acampamento na porta do seu prédio e acabou renunciando.

Tudo isso está sendo dito sem falar em impeachment, tema que nem teve tanto destaque nas manifestações de ontem. Estive na marcha de Brasília, como observador isento, e observei tudo com atenção. Não estou escrevendo como torcedor…

O que pesa contra a presidente Dilma e contra os petistas é a falta de respostas à sociedade.

Todos perguntamos: por que nada mudou?

Suas respostas são as mesmas da marcha de junho de 2013. De lá para cá, tudo só piorou.

Como dizia uma das faixas em Brasília: não é mais R$ 0,20!

São R$ 88 bilhões de prejuízos na Petrobras.

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