ALEX SOLNIK
O chanceler russo Lavrov anunciou o que achava que Putin mandaria que fizesse, mas se enganou.
Putin surpreendeu todo mundo, desautorizando o seu anúncio de que haveria represálias de Moscou contra a expulsão de 35 funcionários russos dos Estados Unidos na mesma moeda.
Foi uma jogada de mestre.
Putin mostrou que o senhor da guerra não é ele.
Não aceitou a provocação, achou melhor engolir o sapo, pois, afinal, não vale a pena brigar com um presidente americano em fim de mandato por uma questão que não tem o apoio do novo presidente que vai assumir daqui a vinte dias.
Foi uma forma sutil de dizer: “Obama, você não manda mais, você é um pato manco, nem te ligo”.
Com isso, Putin vestiu o figurino de bombeiro da história, o que foi bom para todo mundo, inclusive para ele e desanuviou o clima tenso que Obama teve a gentileza de criar às vésperas do Ano Novo.
Talvez sirva para melhorar um pouco a imagem de Ivã o Terrível que a mídia americana e europeia tenta lhe perspegar.
Putin também avaliou que, se retaliasse daria gás a um litígio que poderia contaminar suas relações com Trump, que teria de responder à retaliação.
E tudo o que ele não quer é brigar com Trump, especialmente no primeiro dia de mandato.
Outro motivo para sua reação comedida é que ele prefere que o assunto esfrie, porque se tiver desdobramentos, como quer Obama, podem surgir acusações da participação de Edw Snowden nesses ciberataques à campanha de Hillary.
Putin prefere manter seu hóspede ilustre longe dos holofotes.