Existe muita má vontade na Câmara Federal contra o Presidente Bolsonaro, mas os deputados sabem que terão de aprovar uma Reforma da Previdência, para não quebrar o Brasil.
Houve intensas reuniões no fim de semana. Nos próximos dias, os trabalhos devem avançar na Comissão Especial da Câmara que discute o projeto de Reforma.
A idade mínima de aposentadoria, de 62 anos para mulheres e 65 para homens, parece ser consenso. Há muitos outros assuntos que poderão ser mudados na proposta original do governo.
Os deputados ameaçaram abandonar o projeto enviado pelo Presidente Bolsonaro, mas voltaram atrás. Devem trabalhar com o recurso de emendas, “aperfeiçoando a proposta”.
Há o medo da repercussão junto aos eleitores se a Reforma da Previdência não acontecer. Por isso as coisas avançam. A crise brasileira se agrava e há necessidades de mudanças na economia, para sairmos do buraco.
Em paralelo, surgem muitas críticas ao Presidente Bolsonaro pelo seu comportamento agressivo, sempre criando problemas. Até a deputada estadual de São Paulo ligada a ele, Janaína Paschoal, passou a criticar, pedindo moderação.
Nas redes sociais, o destaque do fim de semana foi a manifestação prevista para o dia 26, em solidariedade a Bolsonaro, protesto que não terá a participação do movimento de direita MBL.
Prevê-se que haverá atos políticos em cerca de 100 cidades brasileiras, tentando rivalizar com as recentes manifestações feitas pela esquerda, que tiveram ampla cobertura da mídia.
Os manifestantes pró-Bolsonaro assumem postura crítica em relação aos outros Poderes da República. Nas redes sociais, criticam o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Davi Alcalumbre. Outros atacados pelos manifestantes são o presidente do Supremo Tribunal, Dias Toffoly, e o ministro Gilmar Mendes.
Resta esperar o desdobramento desses fatos ao longo da semana.
Enquanto isso, os manifestantes de esquerda, puxados pelo movimento universitário, prometem fazer outras passeatas no próximo dia 30. O Brasil está sob tensão, mas vai avançando.
(RENATO RIELLA)
