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fev 20 2013

renan, um problema artificial, abala o brasil

RENATO RIELLA

 

O Brasil tem hoje muitos problemas reais, incontroláveis, como a volta da inflação, as crises da Petrobras, os royalties do petróleo, o déficit da Previdência, entre muitos outros.

Como se não fosse muito, o Brasil agora tem um imenso problema artificial chamado Renan Calheiros. É artificial porque foi criado sem necessidade, à-toa, no início do ano. E vem ampliando-se de forma premeditada, como uma função sado-masoquista da nossa elite política.

O presidente do Senado e do Congresso Nacional já havia caído destes cargos uma vez, por motivos diversos relacionados com corrupção, e até responde a processo cabeludo no Supremo Tribunal Federal. Mesmo assim, resolveu desafiar a tudo e a todos, impondo-se para novo período de malhação, como se fosse um Judas pré-Paixão.

Ele e a mulher Verônica (ela sobrevive aos escândalos) resolveram passar uma temporada este mês num dos mais caros spas do mundo, o Kurotel de Gramado (RS). No entanto, tiveram de voltar às carreiras a Brasília, pois jovens gaúchos estavam organizando manifestação contra o casal, o que seria trágico para os donos do luxuoso spa.

 

MANIFESTO COM MAIS DE

1,6 MILHÃO DE ASSINATURAS

Renan vê-se atingido por mais de 1,6 milhão de assinantes, em manifesto na Internet contra sua eleição, e enfrentará manifestações em diversos estados nos próximos dias. A ofensiva contra seu nome só faz crescer, sem contar o bombardeio que sofre na imprensa.

Para completar, está se saindo mal no Congresso, onde não consegue aprovar o Orçamento da União, nem consegue enfrentar a questão dos três mil vetos presidenciais armazenados há décadas, entre outros pepinos (Sarney está igual ao Papa, rindo de orelha por ter largado o abacaxi).

O Brasil não merece um problema artificial do porte de Renan. Precisamos nos deter nos problemas reais, mas como fazer? Enquanto Renan estiver na frente do Congresso Nacional, não teremos tempo para tratar de nada mais sério.

E não se iludam: dificilmente ele vai se segurar nesses dois cargos do primeiríssimo escalão. O Brasil que aprovou a Lei da Ficha Suja não dorme mais de touca.

Para completar, como Renan gosta de ampliar-se como problema, decidiu demitir 30% do pessoal do Senado (com exceção dos concursados, que têm imunidade). Vai ser mais uma guerra.

Todo combatente aprende desde cedo que não deve abrir, ao mesmo tempo, diversos lances de batalha. Menos Renan! Ele adora confusão e terá muitas pela frente nas próximas semanas, agitando o Brasil.

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