RENATO RIELLA
As faixas de pedestre estão morrendo em Brasília, por diversos motivos. Um deles é físico: o GDF e o Detran têm feito péssima manutenção, principalmente no que se refere à pintura. A realidade é grave na Brasília tradicional e mais grave ainda nas cidades periféricas do DF.
Participei ativamente da campanha que lançou as faixas em 1997, no governo de Cristovam Buarque. Representando a Fecomércio, integrei a comissão criada pelo Correio Braziliense, dentro da campanha Paz no Trânsito. Junto com Alexandre Garcia, defini o roteiro da passeata de 25 mil pessoas, no Eixão, depois do qual a visão da população brasiliense sobre o trânsito se modificou.
UM PACTO DE TODOS EM 1997
A minha geração fez em 1997 um pacto pela Paz no Trânsito, no qual estava incluído o respeito à faixa de pedestre em níveis de Primeiro Mundo (tinha visto isso no Japão, na década de 80, e nunca pensei que chegasse a Brasília). No Brasil, o pedestre só é respeitado em Brasília. Tenho andado muito em Curitiba, uma cidade civilizada, que não chegou ainda ao nosso estágio nessa área.
Vejo, com preocupação, que os mais jovens já não levam a sério a faixa de pedestrte quando estão ao volante. Eles não participaram da passeata dos 25 mil e não têm o compromisso assumido por nós em 1997.
ATENÇÃO, CORREIO BRAZILIENSE!
É preciso reavivar a faixa, não somente na pintura mecânica, mas na sensibilização da sociedade. Há pouco, num encontro oficial, cobrei isso do governador Agnelo Queiroz. A faixa foi criada num governo petistas e pode ser reativada num governo do PT. Mas, para isso, é preciso levantar o Correio Braziliense numa nova campanha Paz no Trânsito. Vale a pena!
Enquanto isso, temos a imensa satisfação de ver o Jornal Nacional da Globo criticando Brasília por já não estar respeitando a faixa de pedestre. Isso representa imensa perda de qualidade de vida. Vamos reagir, pessoal!