RENATO RIELLA
A chamada internet móvel no Brasil é tão ruim quanto – por exemplo – os planos de saúde. Assim, não se assustem se os Black Blocs começarem a quebrar lojas da Claro, Tim, Oi, Vivo e outras arapucas.
Tenho conta de internet da Claro e todo dia penso em trocar, mas me dizem: “É tudo a mesma merda”.
Na verdade, quem não presta é o governo – qualquer governo. As chamadas autoridades deixam os investidores bilionários da telefonia fazerem o que querem no Brasil.
No início do ano, vimos a presidente Dilma dando uma de machão e protestando contra o descumprimento de contrato por parte dos fornecedores do sinal de internet. Ficamos sabendo que a regra anterior, pela qual Dilma se “rebelou”, permitia que as companhias nos fornecessem 10% da capacidade prevista nos nossos contratos. Apenas 10%!
Sabem o que a presidentona fez? Enquadrou os caras das telefônicas e determinou que, a partir de agora, elas serão obrigados a fornecer 20% do limite contratado – sob pena de cadeira elétrica, estupro, espancamento na rua e até crucificação.
Isso é que é determinação, autoridade, rigor.
No entanto, da minha parte, acho que nem os 20% os bandidos estão cumprindo.
Estive esta semana em Porto Alegre. Meu modem branquinho da Claro não funcionou em diferentes pontos, inclusive no aeroporto, nem no centro da cidade. A muito custo, depois de dez tentativas, consegui abrir o gmail, mas apenas lia os títulos das mensagens.
O Brasil é um país em que teremos de fazer justiça com as próprias mãos. Nem que seja 20% de justiça.
Chegue no restaurante e peça um determinado prato. Se não vier 100%, o que você faz? Coitado do maitre!
Por que na telefonia tem de ser diferente, sabendo-se que o brasileiro paga a maior tarifa de telefone celular do mundo? É a maior mesmo, igual aos juros de 9,5% ao ano, agora de volta ao primeiro lugar do ranking mundial.
Estamos ferrados e mal pagos!
Em tempo: há dois anos o serviço da Claro era nota dez.