RENATO RIELLA
De vez em quando alguém me cobra, pedindo para que escreva sobre política local. De passagem, andando na rua, respondo: “Tá tudo congelado. Só teremos evolução no próximo ano”. E sigo em frente, preocupado com os problemas de agora.
Persiste uma expectativa sobre o que vai acontecer com a dobradinha Agnelo (PT) – Filippelli (PMDB).
A versão mais forte indica que os dois sairão em trincheiras diferentes, mas ninguém garante isso. E ninguém garante que os dois estarão juntos nas eleições de 4 de outubro de 2014.
Separados, vão se fragilizar e estarão no nível de Reguffe, Eliana Pedrosa, talvez até de Fraga.
Juntos, PT e PMDB têm mais de 30% de fidelidade partidária, que é a força demonstrada pelos dois partidos nas últimas pesquisas. Com alianças, estrutura de campanha e dinheiro, poderão, pelo menos, ter vaga garantida na eleição de governador em segundo turno.
Separados, Filippelli e Agnelo terão de testar seu potencial de crescimento, com o risco de enfraquecimento mútuo se houver troca de chumbo entre PT e PMDB.
Mas se as relações estiverem mesmo irreconciliáveis, aí não há outro jeito: guerra é guerra.
E assim, Reguffe, Eliana e outros posicionados em campanha observam, espionam – e não decidem.
O pior é que essa indefinição entre o governador do DF e seu vice pode persistir até 4 de julho de 2014, pois Filippelli, não sendo secretário nomeado (mas eleito), não precisa se desincompatibilizar do cargo.
Dessa forma, respondo precariamente a quem me faz pergunta difícil. E corrijo: tudo pode ainda acontecer – ou nada.