RENATO RIELLA
A passagem da blogueira cubana Yoani Sanchez pelo Brasil gerou noticiário emocional, muitas vezes fora da realidade. É claro que ela, mesmo sendo cubana e morando em Havana, quer ganhar dinheiro (muito dinheiro), até mesmo porque não é comunista.
Assim, é legítimo que venda livros, assine colunas em jornais de expressão mundial, aceite remuneração para fazer palestras, etc. Nada disso transforma a jovem jornalista numa traidora, nem numa espiã dos Estados Unidos. Pelo contrário! Nas suas falas e no seu blog, ela é moderada.
Sabemos que, desde 1959, os cubanos são reféns de Fidel Castro e vivem em condições econômicas e sociais precárias, sedentos de mudança de status. Isso só acontecerá quando se encerrar este ciclo, dentro de poucos anos.
Por fim, os pretensos comunistas brasileiros, ligados ao PT e ao PCdoB, fizeram manifestações exageradas contra Yoani e acabaram dando-lhe maior fama. São primários nessa avaliação, pois a democracia brasileira fica sempre do lado do amordaçado.
Quanto à blogueira, vai acabar ganhando um Prêmio Nobel da Paz e ficando mesmo rica (para os padrões de Cuba, um milhão de dólares é uma fortuna). E segue a vida.
